Em um mundo em que o compartilhamento de informações e conteúdo já não tem limites praticamente, por que não compartilhar alguns bens ao invés de possuí-los? Em seu artigo “Melhor que possuir”, Kevin Kelly apresenta seu pensamento a respeito de um futuro próximo sobre os bens que, hoje em dia, possuímos.

Podemos pensar que esta possibilidade de alugar os bens ao invés de compra-los, é uma facilidade para consumidores compulsivos, que compram tudo pelo simples prazer de comprar. Ou então por achar que quer muito algo e ao comprar perceber que não havia necessidade, mas a simples vontade de comprar ou possuir. Um dos grandes problemas da sociedade de consumo hoje em dia, a compra compulsiva, poderia encontrar nesta nova fórmula de compra seu remédio, pois ao invés de comprar, essas pessoas alugariam por determinado tempo para satisfazer sua vontade para com aquele bem de consumo. Além disso, a internet propiciaria uma infinidade de possibilidades e produtos para todos, destacando assim, como diz Kevin, a importância do acesso e não da posse em si.
Pensando assim, em uma visão otimista e livre de um olhar crítico, todos teriam acesso, assim como na internet, para alugarem o que quiserem, a qualquer hora e por qualquer tempo. Mas não podemos nos deixar enganar, pois o simples fato de alugar e não comprar não irá baratear as coisas, apenas alterar o tempo que a pessoa utilizará aquele produto. Portanto, não podemos cair na utopia de que estamos tornando o mundo mais igualitário e acessível à todos. As pessoas poderão alugar barcos, carros, bolsas e os infinitos produtos disponibilizados em um mundo virtual praticamente infinito? Sim, desde que tenham o capital necessário para adquirir aquele aluguel. Agora, se algumas pessoas já se endividam um longo tempo para terem alguns artigos de luxo, os inúmeros aluguéis disponíveis, influenciados pelo bombardeio da mídia para movimentar esta possível nova forma de “consumo”, serão apenas mais uma dívida na listinha pendurada na geladeira.

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